Engenharia nas Alturas
Uso de alpinismo industrial cresce no Brasil, mas procedimento exige treinamento intenso e adoção de técnicas seguras para os profissionais envolvidos
Uma inusitada modalidade de trabalho realizada acima do solo vem crescendo no setor de construção no Brasil. Trata-se do alpinismo industrial, que reúne várias atividades profissionais realizadas por meio de cordas. Assim como ocorre em outras ações similares, o alpinismo industrial recebeu uma portaria específica na Norma Regulamentadora NR-35, que define os requisitos mínimos de proteção para o trabalho em altura.
“A regulamentação especifica o planejamento, organização e a execução do alpinismo industrial”, explica José Barbosa da Silva Junior, gerente de operações da Victória Qualidade Industrial. Sediada em Salvador (BA), a empresa adota a técnica para suporte em obras tão diversas como a construção de refinarias ou estádios de futebol. Mas, apesar de uma primeira impressão de aventura ou esporte radical, o alpinismo industrial atualmente praticado no Brasil passa bem ao largo da improvisação.
De acordo com o executivo da empresa baiana, todo trabalho em altura deve ser precedido por uma Análise Prévia de Risco, que estabelece o sistema de ancoragem e a seleção, inspeção e forma de utilização dos sistemas de proteção coletiva e individual. A análise inclui até mesmo a avaliação dos riscos adicionais, condições impeditivas, situações de emergência e planejamento do resgate e primeiros socorros. A liderança dos processos deve ser feita por profissionais capacitados e certificados por associações reconhecidas. Outra exigência é a formação dos especialistas, que precisam ser submetidos e aprovados em treinamentos teórico e prático, além de comprovarem aptidão para trabalho em altura por meio de atestado de saúde ocupacional do trabalhador.
ACESSÓRIOS
Para atuar na área, os acessórios vão além dos tradicionais equipamentos de proteção individual (EPIs), envolvendo também sistemas de ancoragem, destinados à proteção de quedas de altura. Nesse caso, a inspeção deve ser feita não só na aquisição como também de forma periódica e sistemática. Materiais que apresentem defeitos, degradação e deformações (ou que sofrerem impactos de queda) devem ser descartados e permanentemente inutilizados. Adicionalmente, as empresas que prestam serviços no segmento precisam obrigatoriamente ter um plano de emergência com ações de resposta.
“Quem atua no segmento precisa conhecer os riscos iminentes de cada atividade e as precauções que podem evitar os acidentes”, explica Mario Saragô, diretor da Saragô Serviços Técnicos em Altura, de Teresópolis (RJ). O executivo lembra que cada colaborador deve ter noção da importância não só dos EPIs como também dos equipamentos de proteção coletiva (EPCs).
FONTE: http://www.revistamt.com.br/Materias/Exibir/engenharia-nas-alturas